Bancários paralisam agências do Itaú contra proposta que desrespeita direitos
A mobilização faz parte de movimento nacional contra as propostas absurdas apresentadas pelo banco
Publicado: 07 Fevereiro, 2025 - 08h48 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2025 - 09h01
Escrito por: Sindicato dos Bancários, com edições da CUT-DF

Na luta contra o desrespeito e a tentativa do Itaú de impor um acordo prejudicial aos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários de Brasília paralisou diversas agências, nessa quinta-feira (6/2), no Plano Piloto e em Taguatinga. A mobilização faz parte de um movimento nacional contra as propostas absurdas apresentadas pelo banco, que insiste em ignorar os direitos da categoria e empurrar um pacote de medidas que legalizam a exploração da mão de obra bancária.
A direção do Itaú apresentou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que envolve cinco temas centrais: teletrabalho, ponto eletrônico, bolsa auxílio-educação, validação de ponto e compensação de jornada. Mas o que parece avanço esconde, na verdade, um duro ataque aos direitos da categoria.
Segundo Sindicato, o Itaú quer impor um modelo que rasga o respeito à jornada de trabalho e obriga a entidade sindical a chancelar mecanismos que prejudicam bancários e bancárias. Uma das piores ofensivas é a tentativa de acabar com a Bolsa Educação, um benefício fundamental para o desenvolvimento profissional dos trabalhadores.
“É muito triste e revoltante ver essa postura do Itaú. O banco segue acumulando lucros bilionários às custas do trabalho duro dos seus funcionários, mas, ao invés de reconhecer esse esforço, quer retirar direitos. Acabar com a Bolsa Educação é um ataque direto à categoria! Estamos mobilizados para impedir esse retrocesso e exigimos que o banco reabra a negociação com transparência e respeito”, afirma Sandro Oliveira, bancário do Itaú e diretor do Sindicato.
Validação de ponto e banco de horas
Outro ponto grave na proposta do Itaú, de acordo com o Sindicato, é a tentativa de legitimar práticas abusivas no controle de jornada. Hoje, o banco exige que funcionários registrem a saída no ponto, mas continuem trabalhando; permite que gestores enviem mensagens fora do expediente, inclusive de madrugada; impõe um sistema de banco de horas arbitrário, em que o próprio trabalhador não tem direito de definir quando poderá compensar horas.
Segundo o Sindicato dos Bancários, a proposta do banco tenta formalizar essas irregularidades e tornar ainda mais difícil combater os abusos, deixando bancários reféns de um sistema injusto. O Sindicato não aceitará isso!
Na avaliação da entidade, há pontos positivos no acordo, como a regulamentação do teletrabalho e melhorias no sistema de ponto eletrônico. No entanto, assinar esse ACT significa aceitar junto um pacote de maldades que destrói direitos históricos dos bancários.
“O Sindicato reafirma que está disposto a assinar avanços reais, mas não será cúmplice de um acordo que penaliza os trabalhadores. A mobilização segue forte e a categoria não descansará até que o Itaú negocie com transparência e respeito”, reforça Sandro Oliveira.