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Ato contra a PEC 32 reúne militantes em Brasília

Mobilização foi intensificada com leitura do relatório do projeto, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (1°)

Publicado: 01 Setembro, 2021 - 16h38 | Última modificação: 01 Setembro, 2021 - 16h49

Escrito por: Marina Maria

Marina Maria
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A classe trabalhadora do DF não vacila na luta. Ao ser anunciado que o relatório da contra reforma administrativa seria lido na manhã desta quarta-feira (1°) na Comissão Especial que analisa a matéria, dezenas de militantes reuniram-se em frente ao anexo II da Câmara Federal para pressionar o parlamento a derrubar a proposta, que pode acabar com os direitos das servidoras públicas e dos servidores públicos e com a garantia de direitos para a população.  

"Rapidamente nos mobilizamos hoje sabendo que haveria a leitura do relatório.  No dia 07 de setembro, estaremos nas ruas contra essa PEC, pelo Fora Bolsonaro e por tudo de retrocesso que esse governo representa. Também estamos construindo o dia 14 de setembro como uma data nacional de mobilização de todo o funcionalismo contra a reforma administrativa. Além dessas duas datas, estaremos em alerta para cada avanço da PEC nesta Casa e podemos convocar outras mobilizações antes caso seja necessário”, afirmou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.  

“O presidente Arthur Lira deve pautar a proposta lá pelos dias 21 ou 22 no plenário. Nós temos o poder de mobilização até meados de setembro para derrotar a PEC. Então, o pessoal tem que aumentar a pressão individual nos deputados. Vocês vão ver que o relatório tem muitos pontos negativos, inclusive a manutenção da privatização do serviço público. Para fazer esse debate e ampliar a mobilização, vamos chamar todas as entidades para uma plenária ampliada em que possamos destrinchar essa proposta”, afirmou o deputado Federal Rogério Correia (PT-MG) , que ao fim de sua fala saudou o Sistema Único de Saúde (SUS) e a educação pública. 

O coordenador da Fasubra, Antônio Alves Neto, chamou atenção para o fato de que a proposta atinge de forma ainda mais severa a população que já sofre com a crise econômica instaurada no país. “O governo tenta acabar com os serviços públicos, mas também tenta desmontar o Estado de políticas públicas para a população em estado de vulnerabilidade. Isso que é o central dessa PEC vai acabar com o atendimento à população que mais precisa desse país e por isso é fundamental que cada um de nós dialoguemos com aqueles que se utilizam do serviço público, para explicar que na sua base, no seu bairro, na periferia, não vai ter mais atendimento público, gratuito e de qualidade como temos hoje”, afirmou.  

“A gente precisa convencer nossos colegas que agora é hora de pressão total. Temos que vir para a porta da Câmara todos os dias de discussão e votação da PEC, pois só com muita pressão conseguiremos barrar essa proposta. É um dever de cada servidor e servidora pública defender os serviços de acesso a todos os brasileiros e brasileiras, de qualidade, universalizados, como temos o SUS, a educação. Nas redes e nas ruas, a mobilização precisa ganhar cada vez mais força”, afirmou Ana Paula Cusinato, secretária de Comunicação da CUT Brasília.  

Além de entidades que representam o serviço público, sindicatos da iniciativa privada também estiveram presentes na atividade. “Precisamos deixar claro que trabalhador não vota em traidor. Quem votar a favor dessa PEC não merece o nosso voto. Eles querem acabar com o Brasil, mas nós trabalhadores não vamos deixar”, afirmou Luiz Saraiva, dirigente da Contracs/CUT. 

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“Estivemos com várias entidades, com o presidente da Casa e foi dito ali que o projeto seria votado até o mês de agosto. Conseguimos fazer com que a discussão formal só possa começar no dia 14/09. Então temos duas semanas que foram frutos da luta e da resistência. Duas semanas em que precisamos entrar em contato com todos os parlamentares para impedir que haja votação”, afirmou a deputada Federal Érika Kokay (PT-DF).  

A parlamentar disse ainda que é necessário continuar desmistificando a falácia de que a Proposta não atinge os servidores atuais, pois, dentre outros pontos, a PEC mantém a avaliação de desempenho, que pode resultar em demissões arbitrárias.

“Temos que dizer que o governo está mentindo. E essa intenção de recentralizar a Polícia Federal é extremamente grave. Como você introduz, numa discussão que eles dizem que é para modernizar o Estado, a exclusividade do diretor da Polícia Federal em indicar os delegados e os representantes da PF em inquéritos? É você ter controle absoluto por parte do diretor, que é indicado pelo presidente, nas investigações da polícia federal. Será que eles poderiam indicar aqueles que poderiam ir adiante e mostrar o quão corrupto é esse governo? Por isso devemos continuar na resistência”, afirmou. 

O relatório da PEC 32 foi apresentado na Comissão Especial que analisa a proposta e pode ser apreciado a partir do dia 14/09. Caso a comissão aprove o texto, ele será encaminhado para votação no Plenário da Câmara dos Deputados.