Antonio Lisboa é eleito vice-presidente da Confederação Sindical Internacional
O dirigente nacional da CUT integra a experiência e as pautas da maior Central sindical da América Latina à luta internacional da classe trabalhadora
Publicado: 22 Novembro, 2022 - 13h05 | Última modificação: 22 Novembro, 2022 - 13h31
Escrito por: Leandro Gomes | Editado por: Marina Maria
De 17 a 21 de novembro, sindicalistas de todo o mundo se reuniram em Melbourne, no sudeste da Austrália, para o 5º Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI). Além de debater proteção social aos trabalhadores e a luta conjunta por direitos, o evento elegeu a nova diretoria da CSI para o próximo quadriênio. O secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, que participou da atividade representando a Central, foi eleito vice-presidente da Confederação.
Essa é a terceira vez que a CUT compõe a direção da CSI. No início dos anos 2000, a Central teve uma representação na secretaria-geral da Confederação, e, entre 2014 e 2018, João Felício foi presidente da entidade. Agora, Lisboa assume a vice-presidência para dar continuidade à organização coletiva internacional.
Para o sindicalista, a eleição da CUT é, sem dúvidas, muito importante, pois, além de reconhecer o papel que a Central desempenha no Brasil, na América Latina e no mundo, fortalece as relações dos trabalhadores a nível global.
“A CUT leva sua experiência, mas, ao mesmo tempo, aprende com o movimento sindical internacional, uma vez que a exploração capitalista é feita globalmente pelas cadeias de produção, e, portanto, é fundamental que nos organizemos. Esse é um cargo que honra a CUT, mas que também traz muitas responsabilidades”, disse.
Desafios nacionais e internacionais
Lisboa destacou ainda que a classe trabalhadora brasileira tem inúmeros desafios e que a articulação internacional fortalecerá a organização coletiva. “É o momento, para os trabalhadores brasileiros, de recuperar direitos históricos que nos foram arrancados com a reforma trabalhista e garantir a democracia e a vida digna para as trabalhadoras e os trabalhadores do país. Essa articulação internacional, por meio da própria CSI e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), vai nos ajudar. Levando em consideração a forma como o capital se organiza, é fundamental que a gente (movimento sindical) tenha uma articulação internacional para fortalecer nossa luta brasileira”, afirmou.
O sindicalista explica que, apesar de, na Europa, ainda prevalecer o respeito ao diálogo social e à negociação coletiva, e os trabalhadores terem mais qualidade de vida do que na América Latina, África e Sudeste Asiático, por exemplo, os desafios da classe trabalhadora ao redor do mundo ainda são bem parecidos.
“A economia de plataforma, os trabalhadores das dezenas de plataformas que existem, o aumento da informalidade e da jornada de trabalho ─ em decorrência das novas tecnologias ─ são desafios comuns no mundo inteiro que demandam organização”, destacou.
A CSI
A Confederação Sindical Internacional (CSI) tem 210 milhões de trabalhadores e nesse Congresso estiveram representados mais de 150 países. Cerca de 200 organizações sindicais do mundo inteiro votaram pela nova direção.
No próximo período, as principais bandeiras de luta da CSI serão a taxação das grandes fortunas, impostos para as transações financeiras internacionais, defesa do meio ambiente, garantia dos direitos humanos, combate à extrema direita global, regulação dos direitos dos trabalhadores de plataforma, combate ao trabalho informal, além da luta por saúde e educação de qualidade.
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