MENU

A experiência bem sucedida com jovens do campo

Preocupação permanente com a Juventude e cotas de participação na direção em todas as instâncias e entidades de representação resultam em maior organização e ação sindical dos jovens trabalhadores rurais A juventude rural sempre esteve presente na trajetória de luta e organização do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). Entretanto, foi a partir […]

Publicado: 09 Abril, 2014 - 01h16

Escrito por: Cutbsb@123

contag_400contag_400Preocupação permanente com a Juventude e cotas de participação na direção em todas as instâncias e entidades de representação resultam em maior organização e ação sindical dos jovens trabalhadores rurais

A juventude rural sempre esteve presente na trajetória de luta e organização do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). Entretanto, foi a partir dos 8º e 9º Congressos Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais que este segmento consolidou estruturas específicas no âmbito das instâncias sindicais, na perspectiva de romper com o cenário de desigualdades por que passa os/as jovens do campo.

Dentre os avanços percebidos no âmbito do MSTTR, destacam-se a estruturação da Coordenação e Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, das Coordenações Estaduais de Jovens Rurais, das Comissões Estaduais e várias Coordenações e Comissões municipais de jovens criadas pelos STTRs.

A cota de no mínimo 20% de jovens nas direções sindicais despontou como outra importante vitória da juventude rural, pois tem gerado condições justas de participação do segmento, além de possibilitar a renovação de quadros e de práticas políticas no contexto da ação sindical. Isso representa um importante passo para a construção de um sindicalismo democrático e participativo.

Estas medidas têm conseguido tirar do lugar da invisibilidade os sujeitos jovens, na medida em que se discute e formula ações que venham superar a situação de vulnerabilidade pela qual passa a juventude rural, especialmente no contexto da inserção produtiva e social.

contag1_400contag1_400“O sistema de cotas se firmou…Não há como voltar atrás”

A secretária de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Mazé Morais, explica que a Confederação vem fazendo essa discussão desde o ano 2000, aproximadamente. “Hoje, o sistema de cotas para jovens (de 16 a 32 anos de idade) se firmou para o movimento sindical rural, apesar das resistências iniciais. Não há como voltar atrás. Esses 20% não abrangem apenas a Secretaria de Jovens, mas o Conselho Fiscal, outras secretarias, suplências, ou seja, toda a diretoria da Contag, das Federações e dos sindicatos”.

Para Mazé, essa medida trouxe o fortalecimento da entidade como um todo, na medida em que ampliou o diálogo com esse segmento, chamando o jovem para o movimento sindical. “A cota é fundamental para a juventude, que não está dentro, se incluir e participar com autonomia junto com toda a diretoria, com o objetivo de fortalecer o movimento. A participação da juventude no movimento sindical vem qualificando a ação política de suas entidades, pois traz novas idéias e a energia necessária para a implementação de novos projetos”, diz ela.

“Não há como pensar agricultura familiar sem sucessão rural”

contag4_400contag4_400

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a evolução da população rural total entre 1996 e 2006 na faixa de idade até 29 anos, diminuiu em termos absolutos. Foram contabilizadas cerca de 3 milhões a menos de pessoas no campo, sobretudo na região centro-oeste, por conta do agronegócio, que ocupa espaço da agricultura familiar. “Para que o jovem permaneça no campo é necessário que as políticas públicas cheguem de fato e contemplem as necessidades da juventude.

Não há como pensar uma agricultura familiar fortalecida sem pensar na juventude, na sucessão rural. Cerca de 70% da alimentação que vai à mesa do brasileiro vêm da agricultura familiar. Quem vai dar continuidade a isso?”, indaga Mazé.

Para frear a situação, a Contag, entre outras ações, criou o “Programa Jovem Saber” com o objetivo de capacitar à distância e presencialmente jovens trabalhadores rurais. O Programa, do qual já participaram mais de 30 mil jovens, busca a partir de um processo de educação a distância, que incorpora em sua metodologia atividades presenciais voltadas para jovens rurais na faixa etária de 16 a 32 anos, valorizar a experiência e o conhecimento do mundo dos jovens rurais, na perspectiva de engajá-los politicamente na sociedade e em particular na ação sindical. A proposta passa por despertar uma consciência crítica e transformadora, que se viabiliza através de um processo de ensino-aprendizagem comprometido com uma leitura de mundo contextualizado.

As ações formativas dirigidas para jovens lideranças sindicais vêm no seu contexto buscando repensar a ação sindical, na perspectiva de qualificar estas lideranças para uma melhor atuação nas políticas públicas e no mundo sindical. Sua abordagem metodológica é desenvolvida a partir da construção coletiva, em oficinas, cursos e seminários, contendo nos conteúdos temáticos a transversalidade de gênero, geração, raça e etnia. Igualmente, são abordados temas como Juventude Assalariada Rural, Juventude, Reforma Agrária e Agricultura Familiar, Juventude Saúde Reprodutiva, DST, AIDS e Violência, Juventude, Agroecologia e Meio Ambiente e Juventude e Organização da Produção.

Ação de massa resulta de processo de debates com a Juventude

contag6_400contag6_400A participação da juventude se consolida nas ações de massa do MSTTR (Grito da Terra Brasil e Marcha das Margaridas, etc), nas campanhas sindicais (Campanha de Sindicalização, e de Documentação, etc) e nos conselhos deliberativos, assembléias, reuniões, encontros e congressos estaduais e nacional do MSTTR.

Um importante marco na trajetória de organização juvenil foi a realização do Festival Nacional da Juventude Rural em 2007, que mobilizou cerca de 5 mil jovens em Brasília. Esta ação de massa é resultante de um processo de debates estaduais em torno dos temas Lazer, Esporte, Cultura e Educação do Campo. As discussões e todo o processo de negociação junto aos governos municipais, estaduais e federal representam o anseio da juventude por melhores condições de vida no campo, que passa necessariamente pela garantia de direitos e pelo acesso a políticas públicas coerentes com a realidade das populações do campo.

>>> Clique aqui e confira algumas fotos

Secretaria de Comunicação da CUT Brasília