A Primavera anuncia uma nova aurora
Publicado: 23 Setembro, 2021 - 00h00 | Última modificação: 23 Setembro, 2021 - 17h40
A chegada da Primavera é um ensinamento de que o pior inverno pode ser superado!
Hoje, iniciamos mais uma primavera em meio a um inverno que começou em 2014, durante as eleições em que o projeto neoliberal atacou e buscou desqualificar qualquer projeto político que tivesse a classe trabalhadora como sujeito de direitos e dignidade. Em 2015, o candidato do projeto neoliberal atacou a democracia e as instituições democráticas por meio do questionamento do processo eleitoral que havia elegido um projeto para a classe trabalhadora. Este processo, no Brasil, nos conduziu ao momento atual, com o genocida Bolsonaro e com a fragilização da democracia, retirada de direitos, sucateamento das instituições públicas, destruição dos biomas, fome e mortes.
A partir deste momento invernal, tivemos, em 2017, a queima de 75 mil hectares do Cerrado na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; em 2019, houve o derramamento de petróleo na costa oceânica brasileira com grande impacto em todo bioma marinho, no turismo e na pesca de ribeirinhos; em 2019, também, aproximadamente 270 pessoas morreram com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), com poluição do Rio Paraopeba por metais pesados, devastando a fauna aquática, a flora da Mata Atlântica e inviabilizando o cultivo agrícola em suas margens e a pesca de ribeirinhos; ainda, em 2019, os grandes latifundiários promoveram o dia do fogo na Amazônia que, além de devastar a principal e maior floresta tropical do planeta, provocou uma poluição atmosférica nunca vista, as fumaças das queimadas da Amazônia atingiram todo o Brasil e chegaram em São Paulo, onde transformou o dia em noite;em 2020, 28% da flora do Pantanal foi devastado por incêndios que atingiram aproximadamente 4,2 milhões de hectares deste importante bioma; hoje, em 2021, o Cerrado na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros volta a arder em chamas.
Vivemos um momento global de emergência climática, o capitalismo nos mostra os limites da sua existência como sociabilidade, ou avançamos no capitalismo e colocamos em risco a existência da vida humana no Planeta Terra, ou pensamos em uma transição ecológica para uma nova sociabilidade, justa, democrática, sustentável, sem racismo e patriarcado. Estes desastres ambientais ocorreram mediante a ganância de empresários, desprezo de todas as formas de vidas e coisificação de seres humanos. No capitalismo, quem trabalha e tudo produz é descartável e se torna as vítimas destes desastres. Quem produz os desastres, por ganância, lucro, mora em lugares luxuosos, tem acesso a ambientes preservados e saudáveis e possuem tecnologias que favorecem suas vidas. Por que não temos também um meio ambiente saudável, com acesso as tecnologias que nós próprios produzimos e mantemos?
Agora, temos a chegada da primavera, as roupas das nossas árvores foram trocadas com a queda das suas folhas e, com as primeiras chuvas no Cerrado, voltará a florescer nossas esperanças de dias melhores. Para isto, faz-se necessário nossa luta diária pela vida, por nossa sobrevivência imediata, com renda, alimento de qualidade e pelo fora Bolsonaro, e futura, por meio da nossa união em defesa de um projeto de sociedade na qual a vida seja o maior valor. A primavera precisa ser duradoura e a nossa esperança precisa frutificar a semente desta nova aurora.
Mais do que nunca, “trabalhadores de todo o mundo, uni-vos” pela vida e por uma nova sociabilidade!